Exposições do PHOTOfest Cantanhede

 

Exposição +MULHER de Dai Moraes

+MULHER


Idealizou o +Mulher em 2013 com o objetivo de empoderar as mulheres e fazer com que elas se sintam bem e para que, através das fotografias, possam empoderar outras mulheres.

Dai Moraes


Brasileira do Rio de Janeiro, formada em Publicidade & Propaganda com pós-graduação em Marketing e fotógrafa especializada em Boudoir, Casamentos e Famílias desde 2011 com trabalhos realizados no Brasil, Portugal e Inglaterra.

A conexão com a cliente é algo tão importante durante o seu trabalho que sempre busca novas formas para que suas clientes se vejam com mais amor e carinho. Por isso, defende que a fotografia Boudoir é ferramenta essencial para o resgate da autoestima.

Joana Mouta


Portuguesa, formada em Audiovisual e Multimédia pela Escola Superior de Comunicação Social, em 2008.

Trabalhou em televisão, na área da informação e lifestyle, mas sempre paralelamente a fazer vídeos que estivessem mais ligados às emoções. Até que decidiu dedicar-se apenas a isso e criou a Janela Discreta em 2018.

Foi convidada pela Dai Moraes a entrar nesta edição do +Mulher e é com um grande orgulho que conta um pouco da história de cada uma destas mulheres em vídeo. Acredita na força das imagens em movimento e no poder do som para chegar ao coração de cada um.

 

 

Exposição Faro-Oeste de Pauliana Valente Pimentel

Faro-Oeste


Em 2019, Pauliana Valente Pimentel começou a retratar algumas famílias da comunidade cigana algarvia, sobretudo na zona de Castro Marim e Vila Real de Santo António: “A minha intenção com este projecto foi a de retratar estas comunidades, alargando o território para as zonas de Faro, Loulé e Boliqueime, nomeadamente os acampamentos Cerro do Bruxo, Horta da Areia, Alto do Relógio e Monte João Preto.

Este trabalho pretende mostrar o dia a dia destas famílias, dando ênfase às suas tradições, com o intuito de combater preconceitos e estereótipos racistas e xenófobos de que são constantemente alvo”.

Pauliana Valente Pimentel


Como artista visual faz exposições regulares desde 1999. Em 2005, participou no curso de fotografia do Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística. Pertenceu ao colectivo [Kameraphoto] desde 2006 até à sua extinção em 2014. É professora de fotografia autoral. Em 2009 foi publicado o seu primeiro livro de autora “VOL I” (Pierre von Kleist), “Caucase, Souvenirs de Voyage” (Fundação Calouste Gulbenkian) em 2011, em 2018 “Quel Pedra” (Camera Infinita), e em 2019 “Narcisismo das Pequenas Diferenças” (Arquivo Municipal da Câmara de Lisboa). Realiza também filmes. Em 2015 recebeu o prémio de Artes Visuais pela Sociedade Portuguesa de Autores. Em 2016 foi nomeada para o Prémio NOVO BANCO Photo. Esteve durante 5 anos representada na Galeria 3+1 Arte Contemporânea e 7 anos na Galeria das Salgadeiras, em Lisboa. Atualmente pertence à Galeria Cisterna em Lisboa e colabora com galerias internacionais. Parte da sua obra pertence a colecionadores privados e institucionais.

 

 

Exposição De repente, sem tecto de Ana Brígida

De repente, sem tecto


Nos anos 70, milhares de migrantes vindos de Cabo Verde e da Guiné vieram para Portugal em busca de novas oportunidades de trabalho.

Longe das preocupações Governamentais da época, a maioria destas pessoas começou a construir as suas casas nos subúrbios de Lisboa, ocupando os terrenos baldios.

Com o passar do tempo, começaram a nascer bairros de construção ilegal.

Há mais de dez anos, iniciaram os trabalhos de demolição dos bairros de lata dos subúrbios de Lisboa. 6 de Maio e Santa Filomena, na Amadora e Bairro da Torre em Camarate, foram três dos muitos bairros que deixaram centenas de pessoas na rua. Mesmo ilegais, algumas destas habitações pagavam IMI e tinham contratos com as operadoras de televisão, no bairro da Torre, os seus moradores viviam sem luz e sem água. Quem chegou, construiu ou ocupou estas casas depois de 1993 não tem direito a ser realojado. Muitos moradores destas casas ilegais, foram despejados de suas casas sem aviso prévio e todos os seus pertences são destruídos com a casa.

Ana Brígida


Ana Brígida nasceu em 1986, e é uma fotojornalista freelancer. Estudou no Instituto Português de Fotografia e em Dalian, na China, onde tirou um mestrado em Fotojornalismo e fotografia documental. Estagiou no Jornal de Negócios e desde então tem vindo a colaborar com diversas publicações.

Em 2009 mudou-se para a China, para fazer um mestrado em Fotografia Documental com a Bolton University e posteriormente em 2012 e 2013 estagiou no departamento de video da Magnum Photos em Nova Iorque. Ainda em Nova Iorque trabalhou no Bronx Documentary Center onde apresentou a sua primeira exposição "How The Others (Half) Still Lives".

Em 2017 venceu duas categorias do Prémio Estação Imagem em assuntos contemporâneos com o 6 de Maio e com Binoculos na Savana na categoria natureza. A estes seguiram-se outros prémios em anos consecutivos nas diferentes categorias.

Os seus trabalhos já foram publicados no The New York Times, UNHCR, Humanista, Visão, Expresso, Público, Stern Magazine, Daily News, Washington Post entre muitos outros.

Actualmente vive em Lisboa e trabalha para diferentes publicações nacionais e internacionais.

 

 

Exposição Sagração da Primavera, de Teresa Valente

Sagração da Primavera


Uma jovem mulher é escolhida pela comunidade para ser entregue como oblação à divindade primaveril.

O objetivo dessa entrega é a conquista de uma colheita proveitosa para o seu povo.

A jovem dança até à morte.

Teresa Valente


Natural de Lourenço Marques, Moçambique, vive em Cantanhede. Expressar uma realidade imaginária tornou-a fotógrafa. As referências autorais e a boa cultura visual são os alicerces da sua criação imagética. A fotografia é a trans(posição) da sua realidade. Do seu percurso artístico constam várias exposições e edições colectivas.

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Trabalho realizado no âmbito da exposição 'É Primavera no Paço' organizada por 'Pescada Nº 5' em 2022.

 

 

Exposição Mulheres Ignoradas, de Albertina Nogueira Costa

Mulheres Ignoradas


Perante o desafio lançado sobre o tema a desenvolver no âmbito deste projeto, na minha cabeça o tema teria que ser sobre a mulher.

Pouco depois, com mais clareza, surgiu-me a possibilidade de me debruçar sobre um grupo de mulheres que caminhou sempre na penumbra, numa atividade pouco ou nada reconhecida: as mulheres empregadas domésticas.

Desde que me lembro, situando-me no século passado, a maioria das mulheres apenas tinha ao seu alcance o trabalho doméstico, trabalho esse predominantemente procurado por raparigas/adolescentes/crianças oriundas de famílias pobres, (era menos uma boca a comer) que nem sequer chegavam a frequentar a escola. Lavar louça, roupa, engomar, cozinhar, limpar, cuidar das crianças, eram tarefas efetuadas vezes sem fim. Assim se tornaram mulheres antes do tempo, com etapas de vida perdidas. Tornavam-se invisíveis, exceto aos olhos de alguns monstruosos patrões que se “serviam” delas para outros fins. O nome “criada de servir” ilustrava bem essa realidade. Muitos filhos de pai incógnito surgiam, porque elas também, para além de não poderem ter ouvidos, também não podiam ter boca para denunciar. Chegadas à idade adulta, o casamento era uma das saídas para uma suposta liberdade/independência. Saíam do jugo dos patrões, por vezes para o jugo dos maridos. Continuaram a trabalhar de sol a sol…. mas com uma situação laboral não reconhecida nem valorizada.

O reconhecimento da mulher doméstica no seu lar ainda continua muito longe de ser valorizado. A situação foi-se alterando, mas o reconhecimento em termos laborais apenas foi reconhecido em 1980, em legislação publicada e muito tem demorado a produzir efeitos reais. Quem controla a aplicação da lei continua a ignorar estas mulheres. A lei foi revista em 1992, mas continua nesta matéria igual até hoje, à margem da lei geral do trabalho, o que significa que todas as revisões ao Código do Trabalho continuam, na atualidade, a não abranger estas “mulheres ignoradas”.

Albertina Nogueira Costa


O gosto pela fotografia sempre esteve presente, mas apenas como espectadora. Acontecimentos da vida precipitaram o interesse em aprender, daí a procura de formação e o desenvolvimento do enorme gosto pela arte de fotografar.

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Trabalho realizado no âmbito da oficina de fotografia "Da ideia ao Portfólio em Papel . 2" orientada por Carlos Dias, em Coimbra, em 2021/22.

 

 

Exposição Belonging, de Ana Paula Mendes

Belonging


Imaginem um mundo sem pressas.
Um mundo de tranquilidade.
Um mundo onde a vida segue serena, sem sobressaltos, trilhando o seu curso natural.
Um mundo onde as pessoas se reunificaram com a natureza, como um só, coexistindo felizes e em hamonia.

Ana Paula Mendes


Fotografa por hobbie. Começou como um gosto pela fotografia e foi crescendo, tornando-se em algo especial. Espreitar pela objectiva, captando um detalhe ou um sentimento, tornou-se uma forma de expressão e de registar o mundo.

instagram.com/ana.mendes.paula

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Trabalho realizado no âmbito da oficina de fotografia "Da ideia ao Portfólio em Papel . 2" orientada por Carlos Dias, em Coimbra, em 2021/22.

 

 

Exposição Augustinha Galvão

Augustinha Galvão | A Fotografia como ofício


Augustinha Galvão [1917-2017] contacta com a fotografia desde muito cedo. Filha de uma família de comerciantes que para além da Pensão Galvão, tinha também um estúdio de fotografia, Foto Galvão, pelo qual o seu irmão mais velho é responsável, pouco se sabe do seu interesse pela atividade antes de, em meados dos anos 50, adquirir a Casa de Retratos do senhor José Ramos, ele próprio fotógrafo, a casa que viria a ser conhecida pela marca Foto Estrela. Razões circunstancias que se prendem com a sua viuvez precoce e a consequente necessidade de criar os filhos fazem com que encontre na fotografia um modo de sobrevivência pouco convencional para uma mulher do seu tempo.

Do espólio que a família gentilmente colocou à nossa disposição, conseguimos resgatar muito pouco do que terá sido uma vida de mais de três décadas dedicadas a retratar e a fixar as memórias das pessoas da terra, em ocasiões significativas das suas vidas como sejam os batizados, as comunhões, ou os casamentos, tornando-se difícil falar apropriadamente do seu trabalho enquanto fotógrafa. Não quisemos, porém deixar de prestar a devida homenagem a uma mulher pioneira numa profissão marcadamente masculina para a época, trazendo a público alguns vestígios do seu trabalho na fotografia, na pintura, no desenho ou na poesia, ressaltando uma personalidade artística plurifacetada que ficou gravada na memória de todas e todos que com ela conviveram.

Ana Botelho e Clara Moura, pela fotografARTE

 

 

Exposição do Concurso Olhar Mulher

1º prémio — Carla Sofia Sousa


Mulher Metamórfica

“Quando Gregor Samsa despertou, certa manhã, de um sonho agitado viu que se transformara, durante o sono, numa espécie monstruosa de inseto.”
Franz Kafka in A Metamorfose

Sou metamórfica. Sou o que sou. Sou o que quero ser. Não o que de mim querem fazer.

Acordo, vivo, adormeço. Vivo como todas as coisas vivas. Sou uma e sou mais. Sou todas. Todas as que quero ser.

Sou mulher, mãe, amante. Sou filha. Estudante. Professora. Médica. Cientista. Política. Artista. Jornalista. Escritora. Actriz. Jardineira. Sou mulher-a-dias, de programa, não-programável. Limpo. Crio e mato. Desvendo. Transformo. Transformo-me. Sou.

Sou olhar que vê, que lê, que descobre, que desvenda. Sou corpo que existe e que se transforma. Sou carne e peixe. Sou árvore. Sou vinho e água. Sou campo de cultivo e de lazer. Sou colo e mimo. Acolho e repilo. Choro e grito. Amo. Sou fonte de luz e de trevas. Sou orgasmo, fonte de prazer. Sou a aragem que corre entre as braças das árvores. Sou o rio caudaloso que fertiliza as margens. Sou as asas dos pássaros que planam sobre a floresta. Sou a floresta. Sou vida. Sou deus. Sou o mundo. Mas sou sempre, e primeiro, mulher.

 

2º prémio — Francesca Faulin


Perché ti recordi sempre (Para que te lembres sempre)

Francesca Faulin manipula e reinterpreta arquivos fotográficos, tanto digitalmente como através de processos alternativos, resultando em obras que materializou em forma de livro.

«Perché ti ricordi sempre» reúne algumas das imagens e textos, no contexto de um trabalho mais vasto que se centra na definição da identidade, Francesca explora o desejo de encontrar uma ligação com a mãe, de quem não é próxima. Através de autorretratos e pesquisa de arquivos familiares, a autora examina a transmissão do trauma ao longo de quatro gerações de mulheres na sua família. O trabalho apresenta uma combinação de autorretratos, fotografias de arquivo e fragmentos de material escrito, criando uma narrativa poderosa que desafia os papéis impostos pela sociedade e revela a busca individual de cada mulher pela sua identidade e liberdade pessoal.

 

3º prémio — Magda Pinto


Mariana

Tem 87 anos e vive sozinha há 30 anos, na sua casa, em Mondim de Bastos.

Há 4 anos sofreu um grave problema de saúde, cuja taxa de sobrevivência em situações semelhantes é de apenas 5%.

Em 2 dias foi submetida a 3 cirurgias e esteve em coma. Acordou 3 semanas depois, confusa e sem mobilidade.

Poucos meses depois, estando já recuperada, voltou à sua casa. Decidiu voltar a viver sozinha e é totalmente independente, até nos novos cuidados de saúde de que agora necessita.

Numa época em que tanto se fala em isolamento e solidão, este trabalho configura uma forma simples e sincera de elogio a uma mulher, cuja resiliência e vontade de viver me inspiram.

É também sobre o tempo. Sobre a passagem dos dias.

Sobre envelhecer. Sobre a intimidade. Mas principalmente, sobre a solidão. Uma solidão que não tem de ser má ou triste, que é só solidão.

É sobre viver em paz com tudo isto.

Este trabalho é sobre a Mariana, a minha avó.


Ver o cartaz do Concurso e o Regulamento